Reportagem publicada no portal Pequenas e Médias Empresas, do jornal Estado de São Paulo, aponta que a Economia Criativa já movimenta R$ 110 bilhões no Brasil, o equivalente a 2,7% do PIB total do país.
Os valores envolvidos só não surpreendem mais do que a expectativa em torno do setor. Para diversos especialistas, transformar a criatividade em negócio está cada vez mais constante no mercado brasileiro. A indústria nacional neste segmento, para se ter uma ideia, já reúne cerca de 240 mil empresas formalizadas.
Construir um negócio, gerar renda para sua família e empregar pessoas através de uma simples ideia ou ainda por meio de sua própria criatividade parecia algo distante há cerca de duas ou três décadas.
Porém, com o desenvolvimento de estudos na área e a elaboração de políticas públicas voltadas para alavancar o fomento das indústrias criativas, o setor começou a ganhar espaço e hoje transformar ideias em negócios já é uma realidade.
De acordo com a diretora da consultoria Garimpo Soluções, Ana Carla Fonseca, entretanto, a dificuldade de acesso ao crédito ainda é um grande entrave na difusão de negócios criativos.
Neste sentido, alternativas positivas surgiram ao longo dos últimos anos. É o caso do Procult, programa do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) que financia projetos nos segmentos de audiovisual, editorial, música, jogos eletrônicos e artes visuais e performáticas.
Com dotação de R$ 2 bilhões e vigência até 30 de junho de 2017, o programa trás condições atrativas como custo financeiro de apenas TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), não cobrança de remuneração básica, isenção da taxa de risco de crédito e possibilidade de financiamento de até 90% do projeto.
Iniciativas como essas são cruciais para o desenvolvimento do setor criativo de um país. Seja qual for o segmento, a maior dificuldade do empreendedor é conseguir crédito para investir em seu projeto e estabelecer um plano de gestão para sua execução.
É neste aspecto que o poder público deve agir. Oferecer cada vez mais linhas de crédito para financiamento de projetos baseados nos eixos criativos e ao mesmo tempo, como faz o Sebrae, proporcionar treinamentos e consultorias específicas. Só assim conseguiremos agregar valor aos nossos produtos culturais e garantir a difusão da economia criativa pelos quatro cantos do Brasil.
Henrique Cézar
Estudante de Jornalismo da UNESP de Bauru, bolsista do CNPQ para iniciação científica e integrante do LECOTEC
h.cezar@hotmail.com