Inovação em tecnologia e processos tem garantido ao setor crescimento acima do PIB brasileiro
Por Camila Gabrielle
Criatividade. De acordo com o dicionário Aurélio trata-se da “qualidade de quem tem ideias originais”. Ser criativo se tornou fundamental para que as pessoas e empresas ganhem destaque no mercado atual, que vive em concorrência. Inovação e criatividade têm sido as palavras-chaves de sucesso para quem trabalha com o mercado audiovisual, que está inserido na economia criativa.
Este mercado vai desde a produção cinematográfica até um vídeo simples. Por isso, profissionais que trabalham nesta área têm buscado especialização, tanto em formação universitária como em cursos técnicos.
Dentro deste aspecto, a economia criativa entra gerando riquezas, por meio da capacidade de se produzir um conteúdo criativo, ou seja, transformar este conteúdo em bens ou serviços com possibilidade de comercialização e distribuição, tanto no mercado interno como no externo.
O setor audiovisual vem ganhando um amplo destaque na economia do Brasil. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), “o valor adicionado pelo setor audiovisual à economia brasileira cresceu, 192% entre 2007 e 2014, chegando a R$ 24,5 bilhões em renda gerada. Em termos reais, o crescimento médio anual foi de 8,8% entre 2007 e 2013, quando a participação do setor no produto interno bruto (PIB) brasileiro foi de 0,54%”. Além disso, outros dados merecem destaque. Em 2002, existiam 1.635 salas em todo o país. Hoje em dia, existem mais de 3.100 salas de cinema.
Bruno Jareta/ Crédito: Reprodução
Isto mostra a importância deste mercado no país. Para Bruno Jareta, que é produtor audiovisual, mestre e doutorando em Comunicação pela UNESP e professor universitário, “o cinema já nasceu como uma inovação técnica. Para se sustentar, ele (o mercado audiovisual) já tinha, desde o começo, de criar caminhos para se consolidar, pois era uma tecnologia muito cara. Daí foi surgindo a cor e outros elementos. Quando a gente olha hoje, outras inovações como a realidade virtual, surgem como uma tentativa de resolver algum problema. Novas linguagens. O 3D quando chegou, foi porque a televisão tinha chegado e eles queriam proporcionar algo que ela não oferecia. A imersão. ”
Além disso, o produtor destaca algumas mudanças neste setor por conta da internet. “Com a internet, tudo ficou diferente. Nesta mesma época, os modos de produção ficaram mais baratos. Antes você só podia compartilhar pelo cinema ou tv, só que hoje temos muitos outros meios de compartilhar as produções audiovisuais. Isso é muito vivo. Este setor cresceu nos últimos 6 anos e isso também se deve à Ancine. Tivemos ações de investimento também, com financiamento direto”.
Jareta ainda ressalta algumas leis que incentivaram a produção cinematográfica nacional, “tem a legislação da tv paga, que obriga que as emissoras coloquem parte de sua programação em horário nobre, de conteúdo brasileiro. ” Além disso, foi criado o Fundo Setorial Audiovisual, que conta com orçamento anual de aproximadamente 1 bilhão de reais.
Outra estratégia de arrecadação de recursos para produção é o financiamento coletivo. O professor destaca que “ este tipo de financiamento viabiliza várias produções. Quem vai pedir dinheiro precisa de criatividade para convencer de que aquilo é importante e que precisa de investimento”. Ainda em relação à produção brasileira, vale ressaltar que o Brasil precisa ser um diferencial maior quando comparado às produções norte-americanas devido aos problemas com bilheteria e lucro (quando a bilheteria paga toda a produção, atores e etc).
O fato é que cada vez mais as pessoas têm consumido seriados, filmes e produto audiovisual, não apenas nos cinemas, mas principalmente, pela internet. Plataformas como o Youtube, por exemplo, tem ganhado mais inscritos e gerenciadores de páginas, que fazem suas próprias publicações. O ideal é não estagnar e procurar sempre um diferencial, buscando atender a demanda.