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Inclusão: Economia Criativa oferece soluções para população bauruense

Restaurantes Garbes

Iniciativas seguem o crescimento nacional do mercado de produção criativa e passam a gerar renda para os seus criadores

 

A publicação do Mapeamento da Indústria Criativa pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro(Firjan) trouxe a tona uma ideia já antecipada em 2012 pelo escritor Chris Anderson(Makers), o sucesso das indústrias criativas e a rentabilidade que ela oferece. Pesquisado antes em terreno europeu  – o próprio criador de Makers, obra influente na economia criativa, é britânico-, se questionava a aplicabilidade do conceito em países emergentes que têm como característica o baixo fomento público a questões culturais. Os dados da Firjan porém se mostraram contrário a esse ceticismo.

Como divulgado pelo estudo da Firjan, no período de 2013 a 2015 os dados apontam um crescimento da área criativa no PIB brasileiro de 2,56% para 2,64%. Um dado que impressiona pelo momento conturbado em que a pesquisa foi realizada, na qual a retração do mercado era a resposta natural no cenário nacional. De acordo ainda com os cálculos, a área criativa gerou no último ano da pesquisa(2015) uma riqueza de 155,6 bilhões.

Luciana Rodrigues de Menezes, ainda não fazia parte da área criativa e não participou da crescente do mercado. Tinha um emprego fixo na época em que o estudo da Firjan foi desenvolvido e sucumbiu à crise, perdendo seu trabalho. Luciana decidiu então utilizar a sua criatividade como forma de renda. Ela comenta: Sempre tive vontade de empreender e inserir isso na minha rotina mas com a rotina corrida e os deveres do emprego fixo, a vontade continuava sendo apenas uma vontade.

Seu projeto, o XEPA Brechó surge em 2016 após a perda do emprego formal da fundadora como uma forma de gerar renda usando a criatividade. Para Luciana, a criatividade tinha destino e devia ser usada em uma área pelo qual nutria interesse antigo, a moda.  Luciana tinha como ideia desmistificar a imagem de brechós, criando um ambiente confortável, oferecendo preços benéficos ao consumidor e quebrando um pouco da barreira entre consumidor e vendedor.

Xepa Brechó

Xepa Brechó existe desde 2016

Dois anos se passaram e Luciana comenta que para trabalhar com economia criativa é necessário uma constante atualização. “Por ser um mercado bem competitivo temos que nos reinventar toda hora, se não der certo, temos que pensar em outra maneira”, afirma. A empreendedora entretanto vê isso com bons olhos. “Com poucos recursos fica mais desafiador, entretanto, eu acho isso algo motivador”, conta.

Luciana acredita que apesar dos desafios, a experiência da economia criativa é inclusiva e positiva. Ela aponta: A economia criativa dá as pessoas com menos recursos uma oportunidade de realizarem seus sonhos e gerar renda. É uma oportunidade de inclusão dos menos favorecidos. Luciana ainda pontua que a economia criativa oferece um modelo vantajoso tanto para o consumidor quanto para o empreendedor: “É uma forma de beneficiar os pequenos produtores que criam um vínculo mais direto com o consumidor e o próprio consumidor que tem meios de dialogar com o produtor, que muitas vezes pode baratear o produto para ele nesse contato mais próximo”.

Luciana é um dos exemplos de pequenos produtores que encontram soluções de gerar renda apelando a saídas criativas. Elizangela Garbes, criadora da Lanchonete Garbes e moradora Jardim Niceia foi outra pessoa que recorreu a criação do seu próprio negócio como forma de obter um meio de sustento.

Elizangela é além de dona de seu próprio negócio, auxiliar de cozinha em um restaurante e doméstica. Elizangela conta que já passou por dificuldades até chegar na sua ideia de abrir o próprio negócio. “Já cheguei a andar de a pé de madrugada para não gastar o dinheiro do trabalho e fundar meu negócio. Foi sacrificado”, comenta. Elizangela faz salgados, pizzas para vender no seu bairro, e assim como Luciana, foi demonstrar sua criatividade numa área de seu interesse, a gastronomia.

Elizangela conta que tem um objetivo daqui para frente. “Eu quero viver apenas da renda obtida do meu restaurante” , diz rindo. Luciana por outro lado, tem como objetivo desmistificar a imagem de brechós e auxiliar na conscientização do consumo das pessoas. Ambas têm objetivos e alçam planos para o futuro. Elizangela entretanto afirma que  já está satisfeita com o que está vivendo e por estar trabalhando com o que gosta, “eu acredito que já valeu a pena todo o esforço e a luta de anos”, conclui.

 

Contatos:

XEPA Brechó:

@xepa_brecho (Instagram)

https://www.facebook.com/xepabrecho/

 

Lanchonete Garbes:

Rua Dolores Fernandes de Balderrama, 1-42, Jardim Niceia

Tel: (14) 99705-4280

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