Nove potenciais ideias ligadas à chamada indústria criativa são a aposta de uma das iniciativas localizadas no 4º Distrito de Porto Alegre. A Incubadora Tecendo Ideias, que foi montada nas instalações do Instituto Metodista (IPA), em parceria com a prefeitura da Capital, busca dar suporte e desenvolver os projetos que um dia poderão se tornar negócios. Ontem, a unidade do IPA, no DC Navegantes, recebeu o Fórum de Economia Criativa, reunindo governo, centro de formação acadêmica e representantes de iniciativas na área no País e na Argentina.
O evento focou o conceito de territórios criativos, que despontam como modelo para ampliar e revitalizar o potencial econômico da região, que já teve o conjunto industrial mais efervescente da Capital. O fórum foi promovido pelo Gabinete da Inovação e Tecnologia de Porto Alegre (Inovapoa), IPA e Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapergs). O polo formado no instituto foi inaugurado em setembro passado e conta com espaço para atividade de nove pré-incubadas. Os participantes do fórum puderam conhecer em mais detalhes experiências brasileiras de ambientes orientados à economia criativa, como a Hamburgtec, em Novo Hamburgo, a Incubadora Rio Criativo (PUC-RJ e governo do Rio de Janeiro) e o Projeto Vila Flores, no 4º Distrito na Capital.
A arquiteta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Adriana Eckert Miranda delineou as mutações da região ao longo da história para auxiliar na compreensão dos caminhos urbanos e de uso dos espaços. A coordenadora da Tecendo Ideias, Fernando Hech, explica que os ocupantes terão até meados de 2015 para indicar a viabilidade da ideia. “É o prazo para virar um negócio, aqui eles têm acesso a cursos, consultoria para montar plano de negócios e visitas técnicas para confrontar que pensam em desenvolver e o mercado”, esclarece Fernanda.
O investimento na operação da incubadora é de R$ 100 mil, sendo que 50% foi destinado a montar o espaço físico com mobiliário, computadores e áreas para reuniões. “Alguns dos pré-incubados chegaram aqui com um projeto, perceberam que não teria como produzir e buscaram alternativas”, comenta Fernanda. São ideias que percorrem arquitetura de interiores, design e estamparia. A intenção é aproximar projetos de investidores ou outros mecanismos de financiamento. “É uma das carência do setor”, diz.
Os chamados territórios criativos, inspiração para as atuais intervenções, são bairros, cidades ou regiões que apresentam potenciais culturais capazes de promover o desenvolvimento integral e sustentável, aliando preservação e promoção de seus valores culturais e ambientais. O 4º Distrito, região que vai da avenida Cristóvão Colombo à vizinhança do bairro Navegantes.
Fonte: Jornal do Comércio