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A economia Criativa e suas perspectivas no Brasil

Confira a entrevista com Caio Giusti Bianchi, docente em Gestão da Criatividade, Inovação e Empreenderismo.

 

Por Camila Gabrielle e Matheus Rodrigo

 

A Economia Criativa é uma área que permite liberdade ao profissional. O crescimento do setor está condicionado a ideia de criar produtos e trabalhar com ideias de cunho cultural de forma inventiva. O professor Caio Giusti Bianchi, doutorando em Inovação Internacional (ESPM/ PMDGI) e docente em Gestão da Criatividade, Inovação e Empreendedorismo trabalha com área e fala sobre os setores criativos que têm ganhado destaque nos últimos anos no Brasil.

 

 

  1. Qual o cenário de economia criativa no Brasil?

 A economia criativa tende a crescer exponencialmente por conta do desenvolvimento de tecnologias e as mudanças no comportamento do consumidor. A combinação desses fatores pode ser observada no volume de plataformas e espaços de compartilhamento, desde o setor de mobilidade urbana (como o Uber e Waze) até o audiovisual e música (como o Netflix e Spotify).

A grande tendência é que o compartilhamento faça cada vez mais parte dos hábitos dos brasileiros, com o pensamento de “ter um bem material” sendo substituído por “troca de experiências”.

O interessante é que essas experiências e o compartilhamento, enquanto são os principais caminhos que estão sendo trilhados no Brasil, também alimentam a criatividade e inovação do país. Isso acontece pelo fato que ambos são incentivados pela interação entre indivíduos, que é alimentada pelo compartilhamento.

 

 

  1. Dentro da EI, quais setores mais se destacam e qual a razão disto?

 Os dados da pesquisa da Firjan mostram as diferenças entre setores, e há destaque para a arquitetura, o desenvolvimento de softwares e a publicidade. Se pensarmos no destaque econômico, os setores mais relevantes podem ser divididos em duas vertentes: os que são tradicionais na economia brasileira e estão consolidados no seu desenvolvimento; e os que são mais recentes e em largo processo de expansão. Então, temos um padrão de setores que se encaixam em um dos critérios e se destacam no grande guarda-chuva que é a Economia Criativa.

 

Crédito: Firjan

 

  1. Qual o perfil dos profissionais que desejam trabalhar nos setores abordados acima?

Profissionais criativos fazem parte de um processo complexo e árduo em qualquer ramo, e algumas competências profissionais são essenciais, como a identificação e criação de oportunidades, resiliência e inovação.

Para a economia criativa, três pontos são importantes e não podem ser perdidos de vista em nenhuma etapa do processo. São eles:

A importância das redes sociais (não as plataformas de redes sociais, e sim a interação humana) como pontos de contato e ampliação de oportunidades de negócios;

O problema que a empresa está se prestado a resolver, ou seja, qual o seu valor no mercado;

O foco na criatividade para solucionar problemas e entregar uma experiência inesquecível ao usuário, qualquer que seja o setor de atuação (a relevância do design thinking e user experience são exemplos desse aspecto).

 

Crédito: Firjan

 

 

  1. Poderia comentar algum projeto/pesquisa que você desenvolve relacionado à Economia Criativa ?

Eu tenho estudado temas relacionados à economia criativa há anos. Minha maior pesquisa, entretanto, é uma dissertação de mestrado que analisou os efeitos do fomento governamental na internacionalização do setor de arquitetura.

Atualmente, faço doutorado e minha linha de pesquisa é voltada para a relação entre a criatividade individual, as cidades criativas e o seu desenvolvimento econômico. Meu objetivo é compreender como se dá a relação entre a sociedade civil, o desenvolvimento de negócios criativos e o desenvolvimento do espaço urbano.

Também desenvolvi alguns projetos voltados ao governo sobre economia compartilhada e modelos disruptivos de negócios que ainda não estão publicamente disponíveis.

 

  1. Qual a perspectiva deste mercado no Brasil?

Para compreender a perspectiva do mercado, é interessante observarmos a crise econômica mundial. A economia brasileira como um todo foi afetada pela crise e ainda estamos em processo de recuperação, mas se observarmos os dados entre 2013 e 2015, a economia criativa foi a menos afetada.

Um grande exemplo é a participação da economia criativa no PIB entre 2013 e 2015, de 2,56% para 2,64% e de trabalhadores criativos, crescendo 0,1% no período. Vale lembrar que o crescimento aconteceu no período de crise econômica, com redução de quase 2% dos postos de trabalho nesses anos (dados do mapeamento de economia criativa da Firjan, 2016).

Outro ponto que ilustra a relevância da economia criativa é a média salarial dos seus profissionais criativos (chamada de classe criativa). A remuneração média dos trabalhadores formais brasileiros foi de R$ 2.451 entre 2013 e 2015, enquanto a dos trabalhadores criativos foi de R$ 6.270 (dados também disponíveis na Firjan). Isso representa como esses trabalhadores são relevantes e valiosos para a economia brasileira e, consequentemente, uma perspectiva otimista para todas as indústrias criativas.

 

Para entender melhor o que é Economia Criativa e o cenário no país, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=KsdjmvCWbH4

 

Revisão da matéria: João Guilherme D’Arcadia

 

 

 

 

 

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