Cristiano Max, coordenador do mestrado em Indústrias Criativas, tem pesquisas avançadas sobre jogos digitais e explica as perspectivas de mercado
Por Camila Gabrielle
O mercado de games no Brasil tem crescido nos últimos anos. O país, que já é o 11º no ranking de maior mercado de games, registrou uma movimentação de R$ 900 milhões por ano neste segmento.
De acordo com a Associação Brasileira de Desenvolvedores de Games (Abragames), 61 milhões de brasileiros utilizam jogos online e eletrônicos. Um dos motivos do crescimento deste mercado é o avanço tecnológico e o aumento no número de pessoas que têm acesso à smartphones e rede Wifi.
As Indústrias Criativas participam ativamente desta evolução. Cristiano Max, coordenador do primeiro mestrado em Indústrias Criativas no Brasil (na Feevale/ Universidade em Novo Hamburgo- RS) explica que “as perspectivas de crescimento dos jogos digitais no país se dão com o amadurecimento e melhor desenvolvimento até porque as perspectivas das plataformas mundiais são de uma maior abrangência a jogos casuais, aos desenvolvedores independentes”, chamando atenção que “cada vez mais os brasileiros estão tendo contato com desenvolvedores internacionais, mostrando que o Brasil realmente entrou no caminho da linguagem e conteúdo de jogos”.
Além disso, o professor ressalta que “mesmo com a crise e troca de governos, o mercado dos jogos no Brasil, dada sua internacionalização, tem superado esse período. ” Cristiano explicou também que hoje já existe a possibilidade de desenvolver jogos e relacioná-los a outras áreas do conhecimento, como medicina e do ensino.
Durante a entrevista com nossa equipe, o professor aproveitou também para destacar o avanço nos estudos em Indústria Criativa com a criação do primeiro mestrado na área, e explica que sua pesquisa em jogos digitais foi um dos caminhos que levaram a uma busca maior pelo conhecimento neste nicho.
O mestrado iniciou suas atividades em 2014, mas desde 2010, o professor já conversava sobre o assunto junto com seu colega Marsal Branco. Através de discutir jogos digitais (com a criação do curso de jogos em 2008), surgiu a ideia de relacionar o assunto às Indústrias Criativas.
“Nós tínhamos um entendimento dos jogos digitais como um canal de narrativa e de produção de conteúdo, ideia dos jogos como uma linguagem. Os cursos começam a se aproximar, como design e moda para discutir esses assuntos e em 2010 surge a ideia de discutir as Indústrias Criativas. Pareceu interessante levar a as discussões para um nível mais profundo”, ressalta Cristiano, explicando que houve o incentivo por parte da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (Capes) devido ao nível avançado das pesquisas em jogos.
A primeira turma de mestrado se formou no final de 2015, mas o primeiro formado foi Maurício Barth, que apresentou sua banca de mestrado 4 meses antes em relação aos outros.
Ele pesquisou como a criatividade se manifesta em cursos que estudam as indústrias criativas, quais áreas que dão liberdade criativa e como percebem a criatividade. A intenção era entender o ambiente criativo.
Atualmente, o professor Cristiano coordena o laboratório de criatividade, pesquisando criatividade e processos criativos em três setores: audiovisual, música e games.
Revisão: João Guilherme