Confira como as transmídias têm conseguido espaço no setor audiovisual, gerando inovação e interação
Ultimamente, por conta do uso intenso da internet e redes sociais, o termo “transmídia” tem sido muito discutido. De acordo com Roger Figo, um dos sócios da Pulso- uma agência de marketing digital, em São Paulo, transmídia “é quando uma única história é contada a partir de narrativas em diversas plataformas e/ou mídias”.
A transmídia vai utilizar dos mais diversos meios de comunicação (foto, vídeo, áudio, infográfico). Produções audiovisuais (que unem imagem e som) vêm sendo muito utilizadas na transmídia e ao mesmo tempo, nas indústrias criativas, já que uma produção audiovisual inclui criatividade, inovação e técnicas que chamem a atenção de seu público.
Para Roger, a convergência entre as mídias possibilita que a comunicação ocorra de diferentes formas, para diferentes públicos e “o céu é o limite”. “O Branded Content- que pode ser considerada uma estratégia na qual a marca é percebida como algo que também oferece entretenimento e informação ou, de forma mais simplificada, um marketing de conteúdo- se torna fundamental para que as Indústrias Criativas entendam e explorem novos empreendimentos e, principalmente, novas possibilidades para o âmbito audiovisual”, argumenta.
Um ótimo exemplo é a série de TV “Lost”. Ela se desdobrou em três novelas, em quadrinhos, dois romances, um jogo de realidade alternativa, sites fakes e até minivídeos para celular” completa Roger.
Wanessa Medeiros, que é jornalista e Mestre em Mídia e Tecnologia pela Unesp/Bauru também destaca outras produções audiovisuais. “Para atrair o grande público às telas de cinema, a Marvel Entertainment promove diferentes experiências ao consumidor no campo virtual e real por meio de histórias que se entrelaçam e plataformas que se integram de forma independentes, mas complementares. Esses mecanismos de manejo dos meios sociais, assim como a participação do consumidor, redefinem os espaços e mudam a forma de consumo. Não se vende uma música ou um filme apenas” argumenta completando que o que é vendido, é a experiência.
A jornalista destaca também o surgimento de setores que vêm ganhando espaço dentro deste ramo. Dentre eles o Marketing 3.0, que ” possibilita a partir dos dados coletados cada preferência, ação e interação do consumidor, sendo registrado na rede e com isso, as agências de publicidade e marketing conseguem analisar, personalizar e otimizar o conteúdo que oferecem aos consumidores”, explica.
Roger aponta o crescimento de outros setores como o alimentício e o de moda. ” Coca-Cola e Nike lançaram campanhas onde a transmídia foi muito bem explorada. O destaque vai para a “My Time is Now” da Nike, onde era possível interagir com o vídeo e pular para outras plataformas, dentre elas, a loja online”, explica.
Narrativa Transmidia
Dentro deste tema, Wanessa acredita que isto “deve transitar em diferentes plataformas a fim de gerar diferentes interpretações e sensações”, destacando que “a interatividade e as diversas fontes de informações sobre o assunto abordado devem estar inseridas na construção da narrativa, assim como o interlocutor, que também possui papel de produtor neste cenário e contribui de forma ativa para a construção da narrativa”.
Para a jornalista, as ideias inovadoras são geradas a partir da estratégia de promover outras formas de uso das ferramentas (TICs- Tecnologias da Informação e Comunicação) assim como da interatividade. “É preciso ampliar os espaços de participação do interlocutor na narrativa e romper com uma estratégia estritamente técnica”.
Roger destaca o papel das redes sociais neste processo de interações na transmidia, já que as redes ajudam no contato com o público, aumentando o engajamento. O publicitário também acredita que o cenário da Indústria transmídia no Brasil está cada vez mais forte.
“É difícil imaginar que o seu público terá uma experiência única e diferenciada em meio a tantos produtos, marcas e plataformas como há hoje em dia, mas as empresas – de fato – buscam isso, seja através de app para celulares, inserções ou participações em filmes, games, até produções próprias, como nos casos de Matrix e Lost, que são pulverizadas na world wide web (www)” , aponta Roger.
Revisão: Camila Gabrielle